O governo do Estado de São Paulo lançou, nesta segunda-feira (14/6), o programa Dignidade Íntima, que vai investir mais de R$ 30 milhões na distribuição de produtos de higiene menstrual para alunas de escolas da rede estadual de ensino.

A verba será aplicada pela Secretaria de Estado da Educação, por meio do Programa Dinheiro Direto na Escola, e vai beneficiar, principalmente, estudantes em situação de vulnerabilidade econômica e social.

“Nós temos razões de sobra para respeitar as mulheres, as meninas, as alunas e os direitos que elas possuem. Não pode ser a pobreza, o distanciamento, a vulnerabilidade a limitar a oportunidade de vida, principalmente na escola”, declarou o governador João Doria, na cerimônia de apresentação do projeto. “As professoras e diretoras sabem quem precisa ou não precisa de absorventes. E as que precisam, agora terão”, reforçou Doria.

A ONU (Organização das Nações Unidas) estima que uma entre dez meninas no mundo sofre com o impacto da pobreza menstrual na vida escolar. No Brasil, estima-se que a média seja de uma a cada quatro meninas.

Em 2014, a ONU reconheceu o direito à higiene menstrual como uma questão de direito humano e à saúde pública.

”As alunas perdem até 45 dias de aula por causa do período menstrual. É um tema que precisa ser tratado com todo o cuidado para que essas alunas não sejam expostas”, destacou o secretário de Estado da Educação Rossieli Soares.

“Uma atitude tão simples como a compra de absorventes pode mudar a vida de meninas. As escolas que estiverem sensíveis ao tema poderão fazer a diferença na vida dessas meninas e também das educadoras e todas as mulheres que trabalham nas escolas. Todas nós merecemos ter condições dignas, física e psicologicamente, no nosso período menstrual”, afirmou Vivian Clara Marchiori, diretora da Escola Estadual Capitão Deolindo de Oliveira Santos, em Ubatuba, no litoral norte.

A rede estadual conta com 1,3 milhão de alunas em idade menstrual, entre dez e 18 anos. Desse total, mais de 500 mil possuem cadastro no CadÚnico e são consideradas vulneráveis, enquanto que 330 mil estão em situação de extrema pobreza. Mais de 290 mil alunas são beneficiárias do programa federal Bolsa Família.

O novo projeto da Secretaria da Educação foi planejado para atender todas as alunas da rede estadual, mas priorizando as que estão em situação de vulnerabilidade. A distribuição dos produtos será feita de forma a garantir a privacidade das estudantes a partir de boas práticas e sugestões de escolas estaduais. A partir de julho, a pasta irá orientar as equipes escolares para o atendimento.

DINHEIRO DIRETO NA ESCOLA

O programa Dinheiro Direto na Escola permite que as escolas estaduais recebam recursos financeiros com mais rapidez e menos burocracia. Os repasses são feitos diretamente às APMs (Associações de Pais e Mestres) para custeio de pequenas reformas, manutenções emergenciais e compra de produtos ou equipamentos de forma mais ágil, contribuindo para a melhoria do ambiente escolar e do ensino.

Com a autonomia de escolher onde será aplicado o dinheiro, as escolas conseguem suprir necessidades mais pontuais e relevantes para a comunidade escolar. Em 2021, o Governo de São Paulo destinou mais de R$ 700 milhões por meio do programa para as unidades de ensino da rede estadual.

(Fonte: Governo do Estado de São Paulo)

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