Por Patrícia Lisboa

A Secretaria de Estado da Saúde divulgou os números relativos aos casos de dengue em toda Região Metropolitana de Campinas (RMC) e classificou Indaiatuba como a cidade com o menor número de casos entre os munícipios com mais de 200 mil habitantes. Os dados são do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) e referentes ao período de 1º de janeiro e 28 de abril de 2021.

Indaiatuba, com uma população estimada em 256 mil habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apresentou ao todo 19 casos de dengue no período de 1º de janeiro até ontem (28/4), número inferior a Americana que registrou 71 casos positivos, Hortolândia com 160, Sumaré com 182 e Campinas com 880 registros confirmados para a Dengue.

Comparado os dados coletados de todas as cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC), Indaiatuba tem a 3ª menor incidência em número de casos com uma média de 7,41 registros positivos a cada 100 mil habitantes. Morungaba (7,25) e Itatiba (0,81) foram as duas únicas cidades que apresentaram médias inferiores a Indaiatuba, lembrando que a população dos dois municípios é de 13.781 e 122.581 habitantes respectivamente.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que existam 390 milhões pessoas infectadas pela dengue a cada ano, com aproximadamente metade da população mundial em risco. O número de casos de dengue notificados à OMS aumentou mais de 15 vezes nas últimas duas décadas, e só no Brasil houve um aumento de quase 600% no número de casos entre 2018 e 2019. O Aedes aegypti é um mosquito invasor encontrado em todo o mundo e também transmite Zika, Chikungunya e Febre Amarela.

AÇÕES

Os casos de dengue registraram queda de 88,73% no primeiro trimestre de 2021, em comparação com o mesmo período do ano passado.

Para o coordenador do Centro de Operações Contra a Dengue, Ulisses Bernardinetti, a diminuição dos casos de dengue, em Indaiatuba, é resultado de um trabalho contínuo que é feito no município, em diversas frentes.
Mesmo com a pandemia de covid-19, as visitas de casa em casa para orientação e localização de criadouros continuaram a ser feitas, excetuando as moradias de pessoas dos grupos de risco para a covid-19 ou com a doença. Os imóveis desocupados e os prédios públicos também foram vistoriados. De janeiro até o dia 16 deste mês, somam 12.746 vistorias.

As equipes de controle da dengue também fazem a aplicação do larvicida biológico nos imóveis, com um pulverizador. O produto impede o desenvolvimento das larvas em mosquito e não oferece risco à saúde humana.

Segundo Ulisses, o larvicida foi aplicado em imóveis de bairros com histórico de taxas elevadas de dengue, abrangendo uma área total de cerca de cem hectares.

O Centro de Operações Contra a Dengue também instala em pontos estratégicos da cidade as armadilhas para eliminar o mosquito, chamadas de ovitrampas – que simulam um criadouro natural e acabam sendo usadas pelas fêmeas do Aedes para depositar seus ovos.

Semanalmente, esses ovos são eliminados em vistoria da equipe de combate à dengue.

Outro trabalho bem sucedido, em Indaiatuba, é a liberação dos mosquitos transgênicos – conhecidos como “Aedes do Bem” –, por meio de uma parceria entre a Prefeitura e a empresa Oxitec.

Os “Aedes do Bem” são mosquitos machos que, portanto, não picam e não transmitem doenças. Uma vez soltos em uma área infestada por mosquitos selvagens, eles buscam as fêmeas para neutralizar a oportunidade de reprodução destas. O “Aedes do Bem”, por ser geneticamente modificado, dá origem a uma prole inviável, por isso provoca a redução da população do mosquito transmissor da doença, ao passar adiante o gene auto limitante que possui.

A adoção da tecnologia e de outras medidas pelo Centro de Operações Contra a Dengue, que é ligado à Secretaria Municipal de Saúde, não exclui a importância da colaboração da população na eliminação dos focos de água parada onde o Aedes aegypti se reproduz.

Nesse sentido, para o coordenador do Centro de Operações Contra a Dengue, o fato de as pessoas estarem mais em casa, por causa da pandemia de covid-19, também contribui para a redução dos casos da dengue, já que muitos também aproveitam para cuidar mais do imóvel, eliminando os criadouros do Aedes.

COMBATE AO MOSQUITO AEDES AEGYPTI

  • Utilize telas em janelas e portas, use roupas compridas – calças e blusas – e, se vestir roupas que deixem áreas do corpo expostas, aplique repelente nessas áreas.
  • Fique, preferencialmente, em locais com telas de proteção, mosquiteiros ou outras barreiras disponíveis.

CUIDADOS

  • Caso apresente febre, usualmente entre 2 a 7 dias, com dois ou mais sintomas associados como: dor de cabeça, aparecimento de manchas vermelhas na pele, vômitos, náuseas, dor atrás dos olhos, fraqueza, dores musculares e de articulação, busque um serviço de saúde para atendimento.
  • Não tome qualquer medicamento por conta própria.

DENTRO DAS CASAS E APARTAMENTOS

Verifique seu imóvel 10 minutos por semana em busca de possíveis criadouros do mosquito e elimine-os!

  • Tampe os tonéis e caixas d’água;
  • Tratamento semanal de piscinas com cloro mesmo em períodos de inverno;
  • Deixe garrafas sempre viradas com a boca para baixo;
  • Mantenha lixeiras bem tampadas;
  • Cubra vasos sanitários em desuso;
  • Deixe ralos limpos e com aplicação de tela;
  • Limpe semanalmente ou preencha pratos de vasos de plantas com areia;
  • Limpe com escova ou bucha os potes de água para animais;
  • Retire água acumulada na área de serviço, atrás da máquina de lavar roupa e bandeja de geladeira.

ÁREA EXTERNA DE CASAS E CONDOMÍNIOS

  • Cubra e realize manutenção periódica de áreas de piscinas e de hidromassagem;
  • Limpe ralos e canaletas externas;
  • Atenção com bromélia e outras plantas que podem acumular água nas folhas;
  • Deixe lonas usadas para cobrir objetos bem esticadas, para evitar formação de poças d’água;
  • Verifique instalações de salão de festas, banheiros e copa.

Para denunciar um foco de dengue em Indaiatuba: 0800 770 770 2, 3816-6666 ou [email protected].

Share:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *