Por Patrícia Lisboa

A campanha de vacinação contra a raiva em cães e gatos não será realizada em massa, em Indaiatuba, pelo quarto ano seguido, assim como ocorre nos demais municípios paulistas.

Desde 2019, a vacina é aplicada apenas em esquema de rotina em animais de áreas mais suscetíveis e em animais localizados em regiões abrangidas por ações de bloqueio da doença, quando identificado algum caso positivo.

CADASTRO RESERVA

A Secretaria Municipal de Saúde também trabalha com atendimento, por meio de cadastro reserva de animais a serem imunizados, de acordo com a disponibilidade de doses. Por mês, o município recebe cerca de 200 doses da vacina contra a raiva e aplica cerca de 180, em média. O interessado pode fazer a inscrição de animal no cadastro reserva pelo telefone (19) 3816-6666.

Em 2018, foi a última vez que foi feita uma campanha para a imunização em massa de cães e gatos contra a raiva, em Indaiatuba.

ÁREAS MAIS SUSCETÍVEIS

Atualmente, as áreas mais suscetíveis a ter casos da doença, segundo a Secretaria de Saúde de Indaiatuba, são as regiões rurais de Itaici e Videiras. A suscetibilidade se deve à presença frequente de morcegos nesses bairros, de acordo com a Pasta.

ESPÉCIES ENVOLVIDAS

A raiva é uma zoonose causada por um vírus e pode acometer diversos mamíferos, mas, as principais espécies envolvidas no ciclo da doença são morcegos, cães, gatos, raposa, cachorro-do-mato e saguis. Ela é transmitida ao homem através da saliva de animais infectados, principalmente por meio de mordida, arranhão ou lambida.

A doença é quase sempre fatal e se caracteriza por uma encefalite progressiva, levando à inflamação do cérebro.

Antigamente, agosto era popularmente conhecido como o “mês do cachorro louco” porque era a época do ano em que se realizava a campanha de vacinação em massa de cães e gatos contra a raiva.

CASOS

A pedido do DROPES, a Secretaria Municipal de Saúde informou o balanço de casos de raiva, em Indaiatuba. Segundo a Pasta, nos últimos 20 anos, não há registro de casos de raiva em humanos, no município.

Em animais, ocorreram cinco casos, nos últimos cinco anos. Este ano, no período de janeiro até hoje (9/8), foi registrado um caso de raiva em morcego. No ano passado, foram dois casos positivos de raiva também em morcegos. Em 2019, mais um caso em morcego. Em 2018, não houve nenhuma notificação da doença na cidade.

CUIDADOS
(Fonte: Agência Brasil)

A população em geral deve ser orientada a nunca tocar em morcegos ou outros animais silvestres diretamente, principalmente quando estiverem caídos no chão ou encontrados em situações não habituais. Também não é conveniente se aproximar de cães e gatos sem donos, além de não mexer ou tocá-los quando estiverem se alimentando, dormindo ou acompanhado de suas crias ou mesmo dormindo.

Em caso de acidente com animais, recomenda-se lavar imediatamente o ferimento com água corrente e sabão e buscar atendimento o mais rápido possível para orientações. O médico poderá indicar a necessidade de profilaxia pós-exposição, por meio da aplicação de vacina ou soro.

Se essas medidas não são adotadas em tempo oportuno, a doença se instala. O período de incubação apresenta uma média de 45 dias. A partir desse período, surgem os primeiros sintomas como mal-estar geral, febre, dor de cabeça, náuseas, dor de garganta, irritabilidade, inquietude e sensação de angústia. Posteriormente, a infecção progride surgindo manifestações mais agudas que podem envolver ansiedade e hiperexcitabilidade crescentes, delírios, espasmos musculares e convulsões.

A confirmação da doença é feita mediante exame laboratorial. Há um protocolo de tratamento da raiva, baseado na indução de coma profundo, uso de antivirais e outros medicamentos específicos. Entretanto, a taxa de sobrevivência é baixa.

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