Embora o tempo frio possa diminuir a sensação de sede em algumas pessoas, a vontade de ir ao banheiro para fazer xixi parece ser uma necessidade constante durante o inverno. De acordo com especialistas, há diferentes explicações para esse fenômeno, principalmente relacionadas às reações do nosso corpo às diferentes temperaturas do ambiente externo, porém, é preciso ter atenção para possíveis casos de infecção e incontinência urinária.

De acordo com a coordenadora do curso de Enfermagem da Faculdade Anhanguera, professora Rafaela Saviolli, um dos motivos para aumentar a sensação de urgência para urinar tem a ver com a diminuição na produção de suor. “Com o tempo mais gelado, não há a necessidade natural de controlar a nossa temperatura corporal, que, em condições saudáveis, não ultrapassa os 37º. Como suamos menos, a retenção de líquidos é maior e esse volume precisa ser eliminado com mais frequência pela urina”, explica.

Nos meses de inverno, o contraste com o clima ambiente também pode estimular a vontade de fazer xixi. “A bexiga pode ser comparada a uma bolsa de água quente e a diferença de temperatura com o local onde o indivíduo está pode provocar a reação do tecido epitelial que reveste esse órgão, aumentando as idas ao banheiro”, explica a enfermeira. Nesses casos, a acadêmica orienta o aquecimento do espaço para melhorar os sintomas, mas nunca deixar de tomar água regularmente.

INCONTINÊNCIA

“Mesmo com as demandas do dia a dia e o aumento na necessidade de urinar ocasionado pelo frio, o hábito de segurar o xixi por muito tempo pode ocasionar problemas sérios de saúde”, alerta a especialista da Anhanguera. O hábito pode desenvolver doenças como infecções bacterianas ou a incontinência urinária — doença que atinge 30% dos brasileiros, de acordo com pesquisa realizada pelo Instituto Ipec (Inteligência e Pesquisa e Consultoria).

“Urinar é um ato de defesa do organismo e impede a proliferação ou contaminação de bactérias na bexiga”, explica. “Além disso, evitar ir ao banheiro pode alterar a percepção cerebral sobre a capacidade de armazenamento da urina, o que pode provocar a incontinência urinária”, completa.

A acadêmica recomenda que qualquer alteração na frequência de micção deve ser notificada à equipe de saúde e que os cuidados devem ser acompanhados por um enfermeiro qualificado. “O profissional de enfermagem é capacitado para atuar na prevenção e no fortalecimento do assoalho pélvico, assim como indicar as melhores intervenções para reabilitação do paciente, por exemplo”, finaliza.

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