A vacina contra a chikungunya que está sendo desenvolvida pela farmacêutica francesa Valneva, parceira do Instituto Butantan, mostrou resultados animadores nos ensaios clínicos de fase 3 realizados nos Estados Unidos. O imunizante, chamado internacionalmente de VLA1553, foi testado em 4.115 pessoas e gerou anticorpos neutralizantes em 98,5% dos voluntários 28 dias após a aplicação da dose única.
A candidata a vacina foi premiada com a designação de revelação (Breakthrough Designation) pela Food and Drug Administration (FDA), agência regulatória norte-americana. Além disso, os ensaios clínicos mostraram que o imunizante é bem tolerado em todas as faixas etárias.
“O resultado da fase 3 para a vacina significa que estamos um passo mais perto de combater essa ameaça de saúde pública. Vamos continuar trabalhando para trazer a vacina ao mercado o mais rápido possível”, comentou o diretor médico da Valneva, Juan Carlos Jamarillo.
A Valneva e o Instituto Butantan já têm um acordo firmado para o desenvolvimento, fabricação e comercialização da vacina contra a chikungunya no Brasil.
A VLA1553 é, até o momento, a única vacina contra essa doença que está na fase 3 dos ensaios clínicos. O imunizante já tinha demonstrado ótimos resultados nas etapas anteriores de pesquisa: na fase 1, houve 100% de soroconversão nos 120 voluntários, e os anticorpos foram mantidos mesmo depois de um ano. A partir desses resultados, o estudo avançou diretamente para a fase 3.
A previsão é que os resultados finais dos ensaios clínicos sejam divulgados em seis meses.
A DOENÇA
A chikungunya é uma doença viral transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, o mesmo vetor da dengue e da zika. A circulação do vírus foi identificada no Brasil pela primeira vez em 2014, e ele já se espalhou por mais de 100 países. Os principais sintomas da doença são febre alta, dores intensas nas articulações dos pés, mãos, dedos, tornozelos e pulsos, além de dor de cabeça, nos músculos e manchas avermelhadas na pele. Os sintomas começam de dois a 12 dias após a picada do mosquito, sendo que cerca de 30% das pessoas não apresentam sintomas. A doença pode ser mortal, especialmente quando o paciente já apresenta outras comorbidades.
Chikungunya significa “aqueles que se dobram” em suaíli. A doença tem esse nome devido à aparência curvada dos pacientes da primeira epidemia documentada na Tanzânia, entre 1952 e 1953.
(Fonte: Governo do Estado de São Paulo)
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