O Centro Universitário Max Planck (UniMAX), em parceria com o Centro de Pesquisa e Inovação em Saúde Mental (CISM), a Secretaria Municipal de Saúde e outras universidades federais, lançaram, na última sexta-feira (30/8), o CONEMO (CONtrole EMOcional), aplicativo que promete acompanhar e oferecer apoio a moradores de Indaiatuba que apresentem sintomas de depressão, ansiedade e insônia.
O aplicativo de controle emocional por terapia não-guiada foi desenvolvido pela equipe do CISM e, por enquanto, está disponível para moradores das regiões atendidas pelas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do Parque Campo Bonito e do Jardim João Pioli.
Os interessados em contar com o app no celular devem comparecer nas duas unidades de saúde para scanear o QRCode do CONEMO. Na sequência, o paciente preencherá um formulário on-line e um questionário para verificar se está dentro dos parâmetros exigidos para utilização. Caso atenda aos requisitos, imediatamente, o aplicativo será liberado para ser baixado e utilizado.
O CONEMO também poderá ser indicado pelos profissionais de saúde dessas duas UBSs, desde que o paciente seja maior de idade; tenha sintomas significativos de ansiedade, insônia ou depressão (identificados em questionários); não tenha risco de suicídio moderadamente alto ou alto (constatado em questionários); e esteja apto a ler as instruções do aplicativo por meio de um smartphone ou tablet.
Além de melhorar o acesso ao tratamento para esses casos, espera-se que as terapias não-guiadas reduzam a sobrecarga nas unidades básicas de saúde. “Os transtornos mentais comuns, como a depressão, ansiedade e a insônia, provocam grande impacto na saúde, economia e qualidade de vida das pessoas e das comunidades. É impossível pensar em somente uma forma de cuidar quando falamos nestas questões”, ressalta a doutora Heloísa Garcia Claro, docente da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e co-pesquisadora responsável pelo CONEMO.
COMO FUNCIONA O APLICATIVO
O aplicativo CONEMO baseia-se na ativação comportamental para pessoas acometidas por ansiedade, depressão e insônia a fim de auxiliá-las a diminuir esses sintomas. A ferramenta entrega uma intervenção de psicoterapia cognitivo-comportamental, com jornadas de sessões e vídeos voltados ao tratamento de cada um desses sintomas e sugere atividades, dicas e estratégias que visam melhorar a saúde dos usuários.
O CONEMO faz parte de um projeto conduzido por psicólogos, médicos, enfermeiros e pesquisadores com experiência em estudos semelhantes. A equipe abordará o contexto de saúde e sociodemográfico dos pacientes e fará análises estatísticas, a partir de questionários, para avaliar a eficácia do tratamento, com foco na redução dos sintomas.
Além disso, o grupo irá coletar dados qualitativos, por meio de entrevistas, para compreender as barreiras e os facilitadores da intervenção. Depois de três meses, os usuários do app responderão novamente os questionários para que os pesquisadores analisem e identifiquem quais foram suas evoluções depois do uso do aplicativo.
Equipes de saúde e psicólogos da própria rede de saúde também estão sendo treinados na utilização do aplicativo para incorporar o uso em sua prática de rotina.
“A tecnologia alcança a muitos e nos ajuda a atingir de 70 a 80% das pessoas que estão nas comunidades em sofrimento e não chegam aos serviços de saúde para cuidar dessas questões de saúde mental”, afirma a co-pesquisadora responsável pelo app.
CENTRO DE PESQUISA
O CISM é um centro de pesquisa e inovação em saúde mental que conta com o aporte e apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Reúne um amplo número de pesquisadores, entre estudantes e professores ligados a universidades. É uma iniciativa da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Universidade Federal do Estado de São Paulo (UNIFESP) e possui, entre seus parceiros, o Centro Universitário Max Planck (UniMAX) e o Centro Universitário de Jaguariúna (UniFAJ).
O Centro de Pesquisa e Inovação em Saúde Mental atua com o propósito de avançar e disseminar o conhecimento sobre saúde mental no Estado de São Paulo até 2033, criando intervenções inovadoras para melhorar o bem-estar das comunidades. Os pesquisadores investigam os fatores genéticos e ambientais dos transtornos mentais em crianças e adolescentes, trabalham para implementar novas intervenções eficazes na prática clínica por meio da transferência de conhecimento e tecnologia em saúde mental para a sociedade e, ainda, incentivam o empreendedorismo social por meio do desenvolvimento de soluções digitais inovadoras voltadas ao cuidado da saúde mental.
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