A cientista e pesquisadora Nísia Trindade é a primeira mulher a comandar o Ministério da Saúde. A cerimônia de transmissão de cargo aconteceu nesta segunda-feira (2/1).
Durante discurso, a ministra assumiu compromisso de que sua gestão será pautada pela ciência e também com contribuições de todos os setores. “Essa tarefa não pode ser exercida de forma isolada, a saúde precisa estar em todas as políticas. Minha gestão se pautará por esse imprescindível trabalho colaborativo.”
Nísia Trindade ainda reforçou o compromisso com a gestão tripartite — União, Estados e Municípios — e o esforço com os conselhos de saúde para a construção de políticas conjuntas.
“Serão tempos difíceis de reconstrução, mas também da necessária inovação. É preciso reconstruir e é preciso olhar os desafios do presente e a visão de um Brasil de futuro. Esse trabalho só será possível com grande esforço nacional, envolvendo estados e sociedade civil”, afirmou.
A nova ministra aproveitou ainda para fazer anúncios da criação e recriação de secretarias e departamentos sendo eles: Secretaria de Informação e de Saúde Digital; Departamento de IST/AIDS e Hepatites Virais; Departamento de Imunização; e Departamento de Saúde Mental e Enfretamento do Uso Abusivo de Álcool e Outras Drogas.
De acordo com Nísia, a nova estrutura organizacional visa reforçar ações do Programa Nacional de Imunizações, preparar o sistema de saúde para novas modernizações digitais e a retomada do alinhamento da agenda da saúde mental à reforma psiquiátrica brasileira.
CURRÍCULO
A nova titular da Saúde, Nísia Trindade, de 64 anos, fez história em 2017 ao se tornar a primeira mulher a assumir a presidência da Fiocruz nos 120 anos da existência da prestigiada instituição.
Antes disso, foi diretora da Casa de Oswaldo Cruz (1998-2005), unidade da Fiocruz voltada para pesquisa e memória em ciências sociais, história e saúde, e participou da elaboração do Museu da Vida, premiado museu de ciência da Fiocruz. Graduada em ciências sociais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, tem mestrado em ciência política e doutorado em sociologia pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro.
Como Presidente da Fiocruz, liderou as ações da instituição no enfrentamento da pandemia de Covid-19 no Brasil, tendo criado o Observatório Covid-19, rede transdisciplinar que realiza pesquisas e sistematiza dados epidemiológicos; monitora e divulga informações, para subsidiar políticas públicas, sobre a circulação do novo coronavírus e seus impactos sociais em diferentes regiões no país.
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