Fevereiro é o mês do combate ao câncer, nome dado a um grupo de mais de 100 diferentes tipos de doenças malignas que têm em comum o crescimento desordenado de células, formando tumores. Além da leucemia, que atinge a medula óssea, lembrada pelo “Fevereiro Laranja”, fevereiro também carrega consigo o Dia Mundial do Câncer (4/2) e o Dia Internacional de Luta contra o Câncer Infantil (15/2). Tudo isso com o intuito de conscientização coletiva, já que, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), entre 80% e 90% dos 625 mil casos da patologia que devem ser diagnosticados do início de 2020 até o final deste ano, serão oriundos de causas externas, tais como hábitos e comportamentos prejudiciais à saúde. O restante terá origem interna, das ações e reações naturais do corpo humano de cada indivíduo.
Para a nutricionista Ligia Vieira Carlos, do Vera Cruz Oncologia, tal dado não é surpresa, mas, sim, reflexo da mudança de hábito na alimentação da população brasileira, que vem substituindo alimentos in natura por processados. “Essa transformação no cardápio contribui para o empobrecimento da dieta e favorece o desenvolvimento das células cancerígenas. É importante ter alimentos de origem vegetal na base da alimentação, evitar o consumo de ultraprocessados, bebidas açucaradas, fast food e bebidas alcoólicas”, pontua.
Ela enfatiza que a população precisa comer de forma consciente, sabendo que tudo o que é ingerido será absorvido e refletirá na funcionalidade do organismo, tanto em adultos quanto em jovens e crianças. “Estudos científicos evidenciam que o excesso de realçadores de sabor, assim como de aditivos, como é o caso dos corantes e conservantes presentes em alimentos industrializados de baixo valor nutricional, pode contribuir negativamente para a saúde. Em outros países, a quantidade permitida dessas substâncias é bem menor do que a que está presente nos alimentos no Brasil. Por isso, a profissional alerta, na hora de montar o prato, a dica é que ele seja colorido e contenha todos os grupos alimentares. Atenção aos temperos, para que sejam naturais”.
NÚMEROS E FATOS
Há vários tipos de câncer, e o termo é usado para nomear neoplasias malignas, cujos principais tipos são: os carcinomas, que se desenvolvem em tecidos de revestimento tanto internos quanto externos; os linfomas, oriundos dos linfonodos do sistema linfático; a leucemia, que pode ser encontrada em tecidos sanguíneos; e os sarcomas, que são raros e acometem os tecidos conjuntivos, como osso, músculo ou cartilagem. Nos adultos, essa classe corresponde a cerca de 1% dos casos.
O Dr. Paulo Eduardo Pizão, coordenador do Vera Cruz Oncologia, esclarece que a enfermidade pode se desenvolver em diferentes partes do corpo e ser mais ou menos agressiva dependendo do seu tipo. “O que diferencia o tipo de câncer é a velocidade de multiplicação das células e a capacidade de invadir tecidos e órgãos vizinhos ou distantes, conhecida como metástase”, pontua.
A patologia é uma das principais causas de morte em todos os países do mundo, e os tipos de câncer que mais afetam a população são: próstata, mama, colorretal e pulmão. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), no Brasil, mais de 230 mil pessoas morrem, todos os anos, com a doença.
Segundo a Dra. Vitória Pinheiro, hematologista infantil do Vera Cruz Hospital, a causa do câncer em crianças, assim como no adulto, é multifatorial, considerando causas externas do meio ambiente (agrotóxicos, metais pesados) e causas internas (condições imunológicas, presença de mutações genéticas). Esses fatores podem interagir de diversas formas, ocasionando o aparecimento do câncer. As mudanças no meio ambiente, provocadas pelo próprio homem, os hábitos e comportamentos podem aumentar o risco de diversos tipos de câncer. “Os tipos mais comuns na infância são as leucemias linfoblásticas agudas, seguidas pelo tumor no sistema nervoso central e os linfomas”, conta.
O câncer pode dar sinais ou ser silencioso, sendo necessário exames para sua detecção. “A leucemia linfoblástica aguda, por exemplo, é o câncer mais comum na infância e pode ser detectada em um hemograma. Quando o tratamento é adequado e o diagnóstico feito precocemente, as chances de cura chegam a 90%. Para que isso seja possível, é importante seguir com as consultas de rotina, além de ficar atento aos sinais do corpo e procurar seu médico de confiança”, sinaliza.
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