Política

Governo do Estado mantém inalteradas as medidas da fase emergencial

Por Patrícia Lisboa

Apesar da expectativa de que medidas adicionais fossem anunciadas, nesta quarta-feira (17/3), o governo do Estado mantém inalteradas as regras da fase emergencial do Plano São Paulo, que começou a valer na última segunda-feira (15/3).

Na entrevista coletiva de hoje, o governador João Doria (PSDB) disse que as decisões são pautadas pelo Centro de Contingência da Covid-19, que, por sua vez, entende que – antes de adotar novas restrições – é preciso aguardar os resultados da fase iniciada há três dias e que segue até o dia 30 deste mês.

O coordenador do Centro de Contingência, Paulo Menezes, argumentou que, para adoção de novas medidas, é preciso discutir o impacto delas.

“Semana passada já foram tomadas medidas muito firmes e que impactam na vida da grande maioria da população de São Paulo, e nós precisamos de algum tempo para poder observar o impacto dessas medidas. Estamos acompanhando e estamos, ao mesmo tempo, discutindo: se houver necessidade de outras medidas, quais seriam? Porque também temos visto em várias regiões do País e fora do País medidas que talvez sejam inócuas. É preciso que nós tenhamos, se for o caso, medidas que sejam, de fato, efetivas”, disse Menezes.

O coordenador lembrou que o objetivo da fase emergencial é reduzir o contato entre as pessoas e, assim, conter as contaminações pelo coronavírus, que causa a covid-19.

“Eu disse aqui, semana passada, que nós esperávamos que a fase emergencial tire de circulação mais de quatro milhões de pessoas e é desta forma que a gente está trabalhando. Se forem necessárias novas medidas, qual vai ser o impacto dessas medidas? Se for necessário, nós vamos discutir com o governador e ele, com certeza, vai decidir pela implementação”, acrescentou Menezes.

O coordenador executivo do Centro de Contingência da Covid-19, João Gabbardo, disse que o distanciamento das pessoas já está acontecendo. A taxa de isolamento, no Estado, caiu 1% – de 44% para 43% – da última terça (9/3) para esta (16/3), o que, segundo ele, reflete na diminuição de usuários do transporte coletivo urbano, por exemplo.

“Os dados que estão sendo apresentados estão mostrando que nós estamos conseguindo aumentar o distanciamento físico das pessoas, que é o ponto mais significativo, para que se possa reduzir a transmissibilidade da doença. Agora, nós precisamos aguardar os resultados dessas medidas que, no nosso entendimento, já estão tendo efeito. Este efeito de aumento do distanciamento físico das pessoas só vai refletir numa diminuição de casos, de internações e de óbitos com um determinado tempo. Então, nós precisamos aguardar”, frisou o coordenador executivo.

“Senão, a cada dia que nós estivermos, aqui, vamos implantar uma medida, não vamos aguardar o resultado dessa medida, para propor novas medidas. Não pode ser assim. O plano tem uma lógica. Nós estamos fazendo o monitoramento diário. Estamos encontrando resultado nas últimas medidas que foram implementadas, na questão do distanciamento físico. Então, agora, nós temos que aguardar os próximos dias. Nós não temos absoluta certeza de que ao final desse prazo (dia 30 deste mês) nós poderemos sair dessa fase vermelha. É possível que algumas regiões possam sair e outras regiões precisem permanecer, mas, tudo isso, tem que ser analisado com o tempo e o tempo está estabelecido nos atos que foram publicados no Plano São Paulo”, concluiu Gabbardo.

“Tudo aquilo que o Centro de Contingência nos recomendar, nós adotaremos. Se o Centro recomendar medidas mais duras, nos próximos dias, nós adotaremos”, garantiu o governador.

RMC

A Região Metropolitana de Campinas (RMC) ainda decidirá, na sexta-feira (19/3), em reunião virtual entre os prefeitos das 20 cidades, se adotará ou não o lockdown, para conter o avanço da covid-19. A proposta é do prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos). A primeira reunião sobre o assunto aconteceu, ontem.

VACINA

O governo do Estado também anunciou, hoje, a antecipação de segunda para sexta-feira (19/3), o início da vacinação de idosos de 72 a 74 anos. A Secretaria de Saúde de Indaiatuba, porém, ainda não divulgou o calendário da vacinação para esse público. Hoje, a cidade recebe novas doses da vacina contra a covid-19.

Até o momento, o Instituto Butantan entregou 22,6 milhões de doses da CoronaVac para o plano nacional de imunização e, até o dia 30 de abril, será entregue o total de 46 mil unidades do imunizante.

Patricia Lisboa

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